quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Contra a idiotia


Existem idiotas de todos os tipos e nacionalidades. Idiota é uma palavra que vem do grego, de "idhiotis", isto é, o cidadão privado, individual, que se aparta da vida em sociedade, da vida pública. Mas por que estamos fazendo essa reflexão?

Ouvimos diariamente muitas mentiras sobre a Rússia, mentiras essas que já nos são alertadas desde os tempos do grande escritor Gógol, que ousou descrever a "alma russa". Eis que, em certo grupo de uma dada rede social, uma moça comentou que estava chocada com uma amiga sua, pois ao mostrar músicas em russo para essa, a amiga, percebendo que era a língua russa, disse que não iria ouvi-las por que "a Rússia é anti-LGBT". Assim a jovem perguntava "como lidar" com esse tipo de questão. Pois bem, vamos por partes.

Na Rússia, de fato existe uma lei que proíbe a propaganda de valores não tradicionais. É normal que num país milenar, com uma cultura construída ao longo dos anos, valores deste povo sejam preservados contra a influência cultural de certos países do ocidente, todavia na Rússia ninguém é proibido de exercer quaisquer atos sexuais em sua vida particular, isto é, em casa, no quarto, em clubes específicos para determinados grupos, etc. Isso deve ser ressaltado!

Outro ponto, é que na Rússia, ao contrário do que é divulgado por jornais sensacionalistas ocidentais, ninguém é proibido de ter qualquer tipo de orientação sexual. Alguns artistas inclusive seguem condutas particulares diferentes da maioria, sendo jamais alvo de chacotas públicas ou perseguidos por isso, alguns, inclusive, até pertencem ao partido do presidente da Rússia, "Rússia Unida", sendo um bom exemplo disso o artista Boris Moyseev. 

Mas o ponto principal é que em geral os russos não são como os americanos, que estão sempre buscando um motivo para dizer que esse ou aquele "é gay", e muito menos são como os árabes, onde não apenas o homossexualismo é proibido como homossexuais são enforcados em praça pública, e tudo isso com respaldo legal! Se partirmos da premissa de que a Rússia é "anti-LGBT" e por isso sua cultura não merece consideração, seguindo a mesma lógica, também jamais devemos falar em "ALmoço", no trabalho, já que é uma palavra que vem do árabe, e na Arábia, conforme dito, gays são enforcados. Também diga para nunca comprar nada em um BAZAR, pois "bazar" vem do farsi, língua do Irã, onde gays são enforcados em guindastes. Aquele que realmente tem tanta consideração pelos "não-tradicionais" também tem por obrigação parar de comer quibe, de usar temperos, e se alguém ficar com o seu troco em uma loja, então que não reclame e nem faça contas, afinal, a "ÁLgebra" é invenção dos invenção dos árabes, e como foi dito aqui, na Arábia se enforca gays, e isso se tiverem a "sorte" de não serem processados por bruxaria, cuja pena é a decapitação na Arábia Saudita.

A propósito, alguém lembra de ter visto algum desses "militontos" cobrando "sanções econômicas contra o petróleo da Arábia" por causa de suas posturas contra essas minorias? Todos os povos e culturas tem pontos com os quais concordamos e não concordamos, exigir que uma certa cultura seja um espelho de nossas próprias ansiedades é um ato egoísta, individualista e sobretudo etnocentrista! Quem deixa de aprender russo por preguiça, desinteresse ou "por que lá não é igual" não faz a menor ideia do que está perdendo. O russo é, junto com o esperanto, a melhor língua para social network. É como haver um baú cheio de ouro, diamantes, rubis, esmeraldas... e o sujeito não querer abrir o baú "por que não é fácil e bonitinho como a caixinha de purpurina".

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