sábado, 25 de junho de 2016

22 de junho de 2016




Hoje foi o dia mais longo do ano aqui. Em locais como a Karelia e cidades do extremo-norte como Murmansk e Arhangelsk simplesmente não escurece, são 24 horas com o sol como se meio dia fosse. Aqui onde estou, o momento mais escuro se dá por volta de 00:00, isto é, há uma hora atrás. Pode-se dizer que noite não há, mas "noite branca".


Um dia muito bonito, ninguém jamais imaginaria dizer que num desses dias bonitos, o mais longo do ano, o povo deste país viveu o seu maior pesadelo, uma noite de medo e terror que durou quase 2 anos. Há cerca de 200 anos atrás, Napoleão iniciava a sua invasão da Rússia, onde ele seria derrotado, há cerca de 70 anos outro conquistador dava início a uma guerra jamais vista contra a Rússia.

Se nas guerras contra a Rússia o invasor levava dias para avançar algumas dezenas de quilômetros, nessa guerra totalmente nova, o inimigo avançava centenas de quilômetros por dia. Ao contrário das outras guerras, onde o inimigo avançava e a população tinha tempo suficiente para fazer as malas e se retirar, nessa nova guerra a população acordava com o barulho de sirenes e o roncar do motor de bombardeiros, dos terríveis caças-bombardeiros terroristas conhecidos como "Stukas", muito mais voltado para produzir o terror psicológico do que para ações práticas de bombardeio. 

Nas primeiras horas da guerra, o terror e a morte batia às portas da casa de milhões de soviéticos, para muitos, 22 de junho não era só o solstício, era o último sol de suas vidas, um pesadelo que só terminaria anos depois, pesadelo esse que iniciado não apenas pela Alemanha, mas na verdade por todo o ocidente!



Foto: São Petersburgo, 22:30. 22 de junho de 2016

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